Editorial
De repente, hora de votar
Pode parecer muito tempo, mas quando se trata de preparar o debate político visando a disputada cadeira de prefeito, 500 dias passam voando. E é justamente por conta disso que o silêncio no cenário pelotense com relação à eleição de 2024 não passa de aparência.
Em um cenário diferente do vivenciado na cidade nos últimos anos, quando o nome a representar a proposta de continuidade do governo liderado pelo PSDB era uma obviedade, sem qualquer dúvida de que Paula Mascarenhas seria a candidata a suceder Eduardo Leite e, em 2020, que ela própria disputaria a reeleição, hoje o momento é de dúvidas. Até agora, ninguém se arrisca a afirmar quem irá herdar o ônus e o bônus de se apresentar à população como nome de situação.
Diante disso, grupos de oposição à esquerda e à direita do espectro político do governo também discutem seus rumos, sem deixar de acompanhar cada movimento de tucanos e seus aliados. No campo progressista, que conseguiu chegar ao segundo turno há três anos com Ivan Duarte pelo PT, a fragmentação que prevaleceu antes e durante aquele período eleitoral se repete. Desta vez, no entanto, com o PSOL fortalecido por ter os dois vereadores mais votados da cidade em 2020. Entre os demais, especialmente PSB e PDT, muitas interrogações. No caso dos socialistas, por se dividirem entre ser oposição ao atual governo ou continuar apoiando, como já tem feito na Câmara. Já entre os trabalhistas, embora fale na disposição para uma frente de centro-esquerda, há a barreira pela resistência em estar ao lado do PT.
Já no flanco à direita, o Progressistas se mostra disposto a reunir siglas conservadoras e bolsonaristas para voltar à Prefeitura, dando curso a um distanciamento do centro que, na cidade, fortaleceu-se em 2020 com o racha interno que resultou na candidatura de Fetter Júnior, afastando o então vereador Roger Ney da posição de vice de Paula.
Estes pontos, resumidos aqui e detalhados em reportagem na página 12 desta edição, são apenas parte das intensas discussões e articulações que vêm ocorrendo no universo político de Pelotas. Se para o eleitor ainda há muita coisa para se preocupar até que chegue a hora de decidir seus próximos representantes, é fundamental, no entanto, que o jogo político não fique totalmente fora do radar. Acompanhar o que pensam, dizem e como se movimentam personagens que poderão estar pedindo votos e prometendo mundos e fundos em um ano e meio é tarefa do jornalismo e da cidadania. Porque, sem isso, quando menos se espera, está na hora de votar. E a decisão precisa ser muito bem embasada.
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